segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Desígnio


Todo dia parece ser sempre igual para ela
Ela acorda, prepara uma ducha, um café, e se prepara para sair
Não sai, fica, sentada à sua mesa da cozinha de dois lugares, solitária bivalente
Acerca do seu dia, imagina o molde que poderia se formar, os encontros e desencontros
Algumas vezes sente melancolia, sozinha em seu apartamento
Outra vez ela quer que seja apenas mais um dia
E ela fica a esperar em sua cadeira, uma de suas poucas mobílias
Inventou melhor ter poucos móveis, daria-se espaço às suas fantasias
Aguardando seu utópico magnífico ocorrer
Mesmo em seus sonhos mais inverterados ele persevera em sua partida matutina
Parte sem despertar-lhe, sem querer lhe causar enfado
E ela sai do seu sono de cadeira num pulo
Que leva-a a crer que seu dia será o mesmo
Por mais uma vez ela deseja esquecer as últimas horas
E seu nobre vir quebrantar esse feitiço.

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