terça-feira, 15 de setembro de 2009

Irredento



Não pertenço a ti, não pertenço a ninguém, nem mesmo sou meu
Se alguma coisa em seu sorriso que me toca como pranto
E existe algo em seus olhos que me dizem partida
Nao sou nem seu, nao sou nem eu

Empunho um pouco de coragem, e ainda ouso encarar o que resta
Ampulheta trabalha sem parar, culmina nesta ressaca
Rachaduras em espaços ocos e inertes sob cautela de um mundo sem ninguém

A liberdade é uma criança cega que brinca com seu cão surdo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Oásis do Atacama

Localizado no Chile, o deserto do Atacama, considerado o mais alto e árido. Em consequência de sua altitude, correntes marítmas trazendo chuva raríssimas vezes tocam seu solo (registrados 400 anos sem indício de chuva), famoso pelo seu mar de sal.

É dia, insisto, arrisco, o tentar mais específico
À noite persisto, qualquer chance de um fitar seu
Mancha de penumbra minha esperança

Aguardo por dias mais quentes
Espero o inverno passar
Armo-me com qualquer desculpa
E me atenho à expectativa somente

Será o acaso me negando colo?
Sua razão empregando esmero?

Levo a saudade para lhe apresentar
Com certeza irá lhe agradar
me percorre o amargo sabor, desilusão
Doce agora está para salgado

A me julgar está a razão
E a solidão a me consolar
Minha pessoa antes no chão
Não estava a par de amar

Irônicas controvérsias
Esperança descabida
Que não me furtem os sonhos
Que eu tenho pela vida

Agora me vejo livre
Instigada pela incerteza
Mantém-se acesa a cidade
Não me encontro com a tristeza